domingo, 29 de maio de 2011

Flexibilidade da língua?!



Não é nada disso que vocês, corações pervertidos, estão pensando! Apesar de que o conceito de língua possa ter mudado um pouco com o passar dos tempos, e hoje língua também possa ser definida como órgão sexual que os mais antigos utilizam para falar, este não é um texto que irá dissertar sobre sexo oral, meus caros! Não que o assunto seja de pouco interesse, ao contrário! Mas, não vai ser dessa vez.

É que outro dia eu estava exercitando meus músculos enquanto ouvia o noticiário daquela famosa rede de televisão e quase caí dura! Em tempo: eu estava na academia exercitando os músculos, e não neste local aí que acaba de passar pela sua cabecinha! Como eu havia dito o texto não é sobre sexo, mentes perigosas! Mas, voltando, o famoso telejornal anunciava a distribuição de um livro, feita pelo MEC, a quase quinhentos mil estudantes brasileiros. Até aí excelente notícia, aplausos para o MEC. O que quase me fez rolar da esteira foi o conteúdo do livro, parte de uma coleção denominada “Viver, Aprender”, que defende o uso da língua portuguesa com incorreções! Pasmem: com incorreções do tipo “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”, que são, inclusive, citadas como exemplo nessa publicação. Fiquei completamente desprovida de vocábulos quando ouvi aquilo! Os letrados do MEC promovendo a falta de concordância de gênero, número e grau e sabe-se lá do que mais! Oi?

Os autores do livro chamam o uso incorreto da língua portuguesa, citando os exemplos acima, de “uso popular da língua”, e acreditam que o conceito de certo ou errado no uso do português deve ser mudado para “adequado” ou “inadequado”. Segundo nota do Ministério da Educação, “a norma culta da língua será sempre a exigida nas provas e avaliações, mas o livro estimula a formação de cidadãos que usem a língua com flexibilidade”.

Só faltava liberar os estudantes da aplicação da norma culta nas avaliações! Onde é que nosso país vai parar? Eu digo onde: no abismo do analfabetismo e da ignorância! Como assim eles vão incentivar o uso incorreto da língua portuguesa? Respeitar o uso popular da língua por parte daqueles que não tiveram a oportunidade de aprendê-la da forma correta é uma coisa. Agora, estimular o uso incorreto da língua entre os estudantes? E chamam isso de “flexibilidade da língua”? Ora, senhores, dêem uma boa lida no Kamasutra, façam uma aula com uma “coach” do sexo ou assistam a um filme pornô, que vocês certamente terão uma boa idéia do que é flexibilidade da língua, na língua e com a língua!

Faça-me o favor! O que estão fazendo com nosso vernáculo? Não entendeu? Vem comigo que eu te explico!

5 comentários:

  1. E "nois fica sem palavra" mesmo!!!

    bjo

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  2. Bão dimais essa matéria uai.
    Esse povo tá ficano tudo doido uai,nunca vi querê insina assim uai.
    Como diz os minero ,dessi jeito a onça vai pro brejo uai.
    Eu ca gostei por dimais vo fica esperano a proxima.

    Beijos do manu.

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  3. Pois é, querida Adélia!
    É o que chamamos na escola de "fubazada"...
    Em meio a tantas lutas contra diversos tipos de preconceito, percebe-se que há uma imensa confusão entre o tal "preconceito linguistico" e a banalização da linguagem!
    Poxa! Para que escola???? Para que professor bem formado? Besteira!!!
    Quanto menos pessoas bem (in)formadas, mais espaço haverá para a ignorância do povo e manipulação proveniente daqueles que sempre estão lá no topo, certo?
    E a gente vai levando...
    E eu sou obrigada a dormir com o comentário de um aluno meu de 8° ano do ensino fundamental: "Pofessola, não enche meu saco que eu vo ser jogador de futebol e vô ganhá mais que ocê!!!"
    ...

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  4. Ai gente, pelo menos agora não fico mais pensativo ao postar em váaaaarios lugares "TODOS CHORA", rsrs. Acho tão digno falar isso... mas tudo bem...

    Adorei o texto, e espero ver logo o texto falando das outras aplicabilidades possíveis da língua. Pois é um assunto que pode render várias novas definições para uma língua só.

    Bjos

    ps: Rachei o bico com a professora alí de cima que ouviu do aluno que ele vai ser jogador de futebol e ganhar mais que ela... rsrs. Mas a parte triste dessa história é que se ele jogar bem pode sim ganhar muito mais que nós que nos esmeramos por aprender milhares de coisas e repassar para nossos alunos ganhando salários vergonhosos... E não adianta a gente saber tudo de tudo, o salário não mudará muito não...

    Ainda penso em aprender a jogar bola.

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