Outro dia eu contei para vocês sobre uma expressão usada com freqüência pela minha mamis querida ao se referir a alguém com falta de sorte: a pessoa “cagada de arara”!
Foi exatamente o que ela me disse hoje quando contei a ela minha saga com a juba nas duas últimas semanas! Gentemmmmm um show de horror!
Eu já tive minha juba cortada com navalha por duas vezes e peguei trauma! Meu cabelo é fino e após várias navalhadas ele vira palha! Mesmo! Sem exageros! Bom, no penúltimo sábado resolvi testar uma nova cabeleireira. Para resumir um pouco a novela: além de usar a navalha, a moça ainda usou a tal de tesoura desfiadeira no meu cabelinho. Sabem o Edward Scissorhands? Igual. Era cabelo voando, literalmente, para tudo que era lado! E o pânico tomando conta de mim! A vontade era sair correndo daquela cadeira, mas aí eu pensava: “depois quem é que vai consertar essa P@#$% ?? Melhor esperar para depois passar máquina zero!”
Depois que o "Katrina" deixou minha cabeça ela resolveu secar com o difusor! Passou uns produtos mega bons e mandou ver! Ai eu relaxei! Estava com um look chique, bonito, de quem realmente foi a um haistylist cuidar das madeixas. Ai que alívio! Fui para casa porque mais tarde iria encontrar a turma!
Isso foi quando mesmo? No sábado. Beleza. O domingo já começou com uma amostra do que seria a semana. Meu sobrinho passa a mão no meu cabelo e com apenas uma palavra e um sorriso sarcástico, define o que achou no novo penteado: “pixaim!” Pensei: “vai passar, é apenas uma criança”! O que logo me fez lembrar que elas são extremamente sinceras. Ferrou. Bom, depois dessa, resolvi passar o resto do domingo em casa. E a juba lá, firme (e bota firme nisso) e forte.
A segunda-feira por si já é uma b@#!$: meu rodízio. Mas, já que era para ferrar algum dia da semana, a gente escolhe logo a placa do carro e ferra de vez com a segunda. Acordo correndo e nada de lavar a juba. Não vai dar tempo de secar e eu não vou correr o risco de sair de casa parecendo um personagem. E, para minha sorte, o cabelo continua lá: firme e forte! Fui. Olhares um tanto estranhos no trabalho. Mas tudo bem. Só tem homens no escritório e homens não entendem nada de “fashion hair”.
Terça chegou: não tinha jeito. Tinha que lavar a juba. Gente, o que era aquilo? Foi molhar e o cabelo sumir. Tentei manter a calma. Hora de secar: meudesdocéu! (assim mesmo tudo junto). Palha. Um lado repicado e o outro reto. Era como se o apocalipse estivesse se aproximando, o fim do mundo. E o resto da semana transcorreu na mais imperfeita ordem. Esquivando-me de olhares que pareciam dizer: “minha filha, o que foi que fizeram com você?!”
Mas, nem tudo estava perdido. A maga da navalha havia dito que o corte possuía garantia: lá vou eu no sábado seguinte solicitar uma reparação. Ufa. Nem tudo estava perdido. Foi colocar os olhos em mim e ela já sabia que precisava ser ajustado, digamos assim. Bom, fim da história. Seja o que for que aconteça agora, nada mais de tesoura, e eu terei que suportar por pelos menos dois meses até crescer algo aqui.
Na terça-feira era dia de retocar a cor do infeliz. Bom, problema nenhum já que eu compro a tintura que eu gosto e a outra cabeleireira só precisa aplicar. Mas, como eu saí correndo, esqueci em casa aquela meleca branca que mistura na tintura, e levei só a caixinha com a dita cuja. Problema nenhum também porque todo cabeleireiro tem essa meleca.
Fui. Já na lavagem a moça pergunta: ” você resolveu clarear o cabelo?” Pensei: “ou ela está louca ou eu comprei a tinta errada! PQP! De novo não!” Vamos lá, seca essa P&¨%$#!
“Gê, você misturou a meleca branca na tintura?” E ela responde que sim.
“Deixe-me ver a caixa, você não trocou isso, Gê?” E ela responde que não!
Conclusão: meu cabelo ficou sim no tom chocolate. Chocolate ao leite! PQP a minha sogra! Não é possível. Que cor é essa?
Chegando em casa, “ao leite”, olho a meleca branca que eu esqueci de levar, e que é da mesma marca da tintura, e descubro que o volume da meleca é diferente! Volume? Essa P(*&¨% não deveria ser tudo igual? Meleca é meleca e essa merda ferrou a cor da tinta! Ok. Não vou mais me estressar. Compro outra e retoco essa .... essa cor dos infernos.
Toca o interfone. É o porteiro Zé dizendo que tinha um envelope para mim na portaria.
“Zé, por que você não colocou embaixo da porta junto com os outros?”
“É que tem uma coisa dentro e não passou embaixo da porta.”
Só faltava... o que será que é? Antraz? Carta bomba? Um pacote gordo de multas de trânsito?
E lá estava ele, dentro de um envelope, frio... distante... cruel... e junto com ele a chave do apartamento sendo devolvida. Assim... de repente...sem nenhuma explicação aceitável...sem nenhuma compaixão. Curto e grosso o bilhete dizia: “não venho mais. Aqui está sua chave. Assinado: minha (agora EX) faxineira.
Eu devo ter jogado pedra na cruz. Eu fiz canga do Santo Sudário! Só pode ser.