segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Desconstruindo o feminino?


Na sexta fui visitar uma amiga e conheci um amigo dela. Duas mulheres e um homem degustando vinho e falando sobre desencontros amorosos, traições, etc. É muito bom escutar a opinião masculina sobre esses temas, vez ou outra. Saber qual é a visão deles sobre atitudes, comportamentos, reações, falta de reações, e tudo mais que permeia o terreno do relacionamento amoroso entre duas pessoas de sexos opostos. Sem ofensas, mas na atual conjuntura, o melhor é dar nome aos bois.

O novo amigo contou que certa vez estava buscando algo para assistir na TV, quando se deparou com uma mulher que apresentava um corte de cabelo tipo “Joãozinho”, sabe? Muito curto mesmo. Até aí nada demais. Se o hair-stylist & visagista dela concordou que o corte estava adequado ao formato do rosto, ao estilo, à personalidade, problema nenhum.

Na verdade, o problema começou quando alguém perguntou a ela por que havia cortado o cabelo tão curto. Resposta obtida: “estou desconstruindo o feminino”. Oi?

Espera aí! Sou a favor dos direitos iguais, da equiparação salarial, concordo que muita coisa que antigamente era tida como tarefa masculina hoje em dia a gente até faz, se quiser, ou se não tiver um bofe que o faça! Concordo que a mulherada se modernizou, estudou, votou, trabalhou, queimou sutiã na praça (affiiii), foi à Lua, foi à luta, e hoje pinta e borda, não literalmente, mas no sentido figurado! Agora, desconstruir o feminino? E aí? Fica como? A mulherada que se preza gasta os tubos construindo o feminino: cabelo, pele, unhas, vestuário, silicone (não é meu caso), botox (ainda não), plástica, lipoaspiração, drenagem, massagem, e mais uma infinidade de coisas, e veja que, ainda assim, não está nada fácil! Imagina então se começarmos a “desconstruir o feminino”? Seja lá o que for que a colega quis dizer com isso, se perdermos a feminilidade, a sensualidade, o charme? Adotar o mesmo comportamento que eles? Igualdade geral? Aí é que os papéis vão se inverter de vez!

O problema, de fato, vai muito além de nos tornarmos figuras masculinizadas. Adotar o mesmo comportamento, em muitas situações, seria auto-engano puro. Falar da boca pra fora que vai virar “pegadora”, que só vai “ficar”, que vai usar e jogar fora? Não somos iguais a eles e é aí que mora todo o mistério, o encanto. Ser paquerada, ser conquistada, se deixar descobrir pelo outro, encantar-se pelo outro, é bom, não é? Segundo o amigo, e eu concordo com ele, a mulher precisa aprender a ser valorizar mais, se amar mais, se respeitar mais, e jamais baixar a cabeça para o homem. Porém, sem deixar de ser acolhedora, amante, amiga. Tudo que o homem não é e precisa aprender, e que talvez seja papel da mulher ensinar.

Não. Nada de desconstruir o feminino. Nada de coçar as partes íntimas e cuspir no chão. Eu hein! Sou mulher, feminina, vou continuar sendo, e muito bem obrigada! Só que a partir de agora mudando a ordem da lista: primeiro eu, em segundo eu, em terceiro eu, e depois ....depois eu penso!

10 comentários:

  1. Muito bom o post!!! Isso aí a gente pode até querer lutar de igual pra igual aos homens mas nunca sem perder o encanto feminino!

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  2. Falou tudo, amiga!!!

    Hay que endurecer, pero sin perder la ternura!

    Beijos

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  3. Muiito bom o post, tb sou melher, feminina mas adoroo "perder" meu tempo me cuidando e depois receber elogios rsrs.
    Bjs

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  4. Genial! Falou e disse prima! Essazinha que queimou o sutiã jamais imaginou que poderia iniciar uma inversão de papéis que se tornaria um dos principais fatores do sofrimento no relacionamento homem/mulher...
    Ai se eu pego essazinha....rsrsrsrs!
    Beijo

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  5. Ahhhh Gi, se encontrar a dita desce o braço nela! kkkkkkk

    Foto linda, prima!

    Beijos

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  6. Acredito que a feminilidade está sendo confundida com o feminismo nesse caso. Mulher nasceu para ser mulher, para ser feminina e a única coisa que reivindicamos aos longo dos anos foi direitos iguais e não a semelhança física.


    Se puder, passe lá no meu:

    http://www.jenisbrown.blogspot.com


    até!

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  7. Exato! Direitos iguais quando falamos de questões profissionais, salários, política, etc!

    Valeu! ahhh já passei! Show!

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  8. Comentário politicamente incorreto e verdadeiro: a moda é feita por gays. Gays não gostam de mulheres. "Desconstruir o feminino" é rotina diária deles. Aqui no Brasil tá difícil para eles, mas mundo afora estão fazendo um grande trabalho.

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  9. Amei!!!
    Acho uma agressão (isso mesmo, AGRESSÃO!) essa ideia de desconstrução da feminilidade!!! A medida em que permitimos esse controle midiático sobre o que devemos ou não deixar de fazer, imprimindo a imagem de "mulher macho" como sinônimo e força, com certeza estamos deixando de lado toda a ternura e encanto que só a alma feminina pode ter!!!
    Com certeza, uma mulher pode ser batalhadora, guerreira e assumir um papel de poder sobre sua própria vida, mas sempre, SEMPRE, teremos lá no fundo de nossas almas o desejo de ser como uma princesa (por favor, não entendam como estereótipo de "patricinha", ok?!). Aliás, teríamos um número bem reduzido de mulheres deprimidas nesse mundo, se todas nós acreditássemos no poder da nossa sensibilidade e delicadeza, independente de moda e corpos perfeitos!!!
    Calma... não estou de TPM... rsrsrs!!!
    Amei o blog!
    E, amanhã, acho que vou pintar as unhas de vermelho!

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  10. Mandou muito bem, querida amida do Varanda de Idéias!

    E mostra para nós as unhas pintadas de vermelho: feminino e sexy!!! huuuuu

    Beijo e obrigada pela participação!

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