Não é nada disso que vocês, corações pervertidos, estão pensando! Apesar de que o conceito de língua possa ter mudado um pouco com o passar dos tempos, e hoje língua também possa ser definida como órgão sexual que os mais antigos utilizam para falar, este não é um texto que irá dissertar sobre sexo oral, meus caros! Não que o assunto seja de pouco interesse, ao contrário! Mas, não vai ser dessa vez.
É que outro dia eu estava exercitando meus músculos enquanto ouvia o noticiário daquela famosa rede de televisão e quase caí dura! Em tempo: eu estava na academia exercitando os músculos, e não neste local aí que acaba de passar pela sua cabecinha! Como eu havia dito o texto não é sobre sexo, mentes perigosas! Mas, voltando, o famoso telejornal anunciava a distribuição de um livro, feita pelo MEC, a quase quinhentos mil estudantes brasileiros. Até aí excelente notícia, aplausos para o MEC. O que quase me fez rolar da esteira foi o conteúdo do livro, parte de uma coleção denominada “Viver, Aprender”, que defende o uso da língua portuguesa com incorreções! Pasmem: com incorreções do tipo “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”, que são, inclusive, citadas como exemplo nessa publicação. Fiquei completamente desprovida de vocábulos quando ouvi aquilo! Os letrados do MEC promovendo a falta de concordância de gênero, número e grau e sabe-se lá do que mais! Oi?
Os autores do livro chamam o uso incorreto da língua portuguesa, citando os exemplos acima, de “uso popular da língua”, e acreditam que o conceito de certo ou errado no uso do português deve ser mudado para “adequado” ou “inadequado”. Segundo nota do Ministério da Educação, “a norma culta da língua será sempre a exigida nas provas e avaliações, mas o livro estimula a formação de cidadãos que usem a língua com flexibilidade”.
Só faltava liberar os estudantes da aplicação da norma culta nas avaliações! Onde é que nosso país vai parar? Eu digo onde: no abismo do analfabetismo e da ignorância! Como assim eles vão incentivar o uso incorreto da língua portuguesa? Respeitar o uso popular da língua por parte daqueles que não tiveram a oportunidade de aprendê-la da forma correta é uma coisa. Agora, estimular o uso incorreto da língua entre os estudantes? E chamam isso de “flexibilidade da língua”? Ora, senhores, dêem uma boa lida no Kamasutra, façam uma aula com uma “coach” do sexo ou assistam a um filme pornô, que vocês certamente terão uma boa idéia do que é flexibilidade da língua, na língua e com a língua!
Faça-me o favor! O que estão fazendo com nosso vernáculo? Não entendeu? Vem comigo que eu te explico!