“Conversa de salão” (de beleza, claro) era o nome do programa de TV e o assunto sendo euforicamente discutido era: quem trai mais? O feio ou o bonito? Lógico que eu parei de zapear no instante em que ouvi aquilo e fiquei escutando as mais variadas opiniões da mulherada, que literalmente se descabelava falando do assunto.
Algumas diziam que era obvio que o bonito traia mais! Sim, porque a beleza facilitava tudo! O bonito quando adentra qualquer recinto imediatamente chama a atenção pela sua beleza, sem precisar fazer o menor esforço. O bonito é muito mais visto, e mais notado, mais assediado. Então, claro, com a vida fácil assim, estava na cara que os bonitões são os que mais galhos distribuem por aí.
Mas tinha também a turma que era a favor de que os feiosos são os que mais largam chapéu de toro vida afora. E a explicação era bem simples: o “feiutcho” precisa chamar a atenção de alguma forma quando chega. E o que é que os filhotes de cruz credo fazem? São simpáticos, estão sempre contando piadas, são prestativos, galanteadores, a postos para agradar, são brincalhões, e dão um duro danado para se fazerem notar. Com isso, ganham no papo e as oportunidades acabam pipocando no colo dos feiosos.
Só que no meio das descabeladas havia uma “conformada” de plantão que resolveu dissertar sobre outro tipo que, segundo ela, é mais traíra. De acordo com a moça, o marido dela era o cão chupando manga e não sabia contar uma piada se quer; porém, era o maior pé de valsa! E como o cara dançava muito chamava a atenção da mulherada, e se ela desse mole: batata! Ou melhor, galho!
Sabe de uma coisa? Feio, bonita, feia, bonito, dançarino, comediante, gostosona, bofe magia, não importa! Não importa o sexo, nem a opção sexual. Não importa o tipo físico, nem o padrão de beleza. Não importa o grau de simpatia e nem o dom natural para fazer stand-up comedy.
Trair é uma questão de escolha, de opção. As oportunidades sempre irão surgir para qualquer um de nós, feios ou bonitos. A escolha é que te incluirá na estatística! A opção de trair ou não diante de uma situação propícia para isso é única e exclusivamente sua! E por isso, também acho que não cabem desculpas do tipo “mas eu sou homem”, “foi só sexo”, “eu tentei resistir”, “estava lá, mas pensava em você o tempo todo”, “eu me arrependi”, entre tantas, e ainda tem aquela famosa: “eu não queria ter feito isso”! Essa é podre! Queria sim porque escolheu fazer!
E já que cada um deve ser responsável pelas suas escolhas e pelas conseqüências dessas escolhas, só resta saber se você vai conseguir lidar com elas!
E qual a escolha certa? Cada cabeça, uma sentença!