domingo, 6 de março de 2011

Carnaval em Sampa



Ai que beleza! Feriadão! A tão sonhada e esperada festa pagã chegou! Sabe o que eu mais gosto no povo brasileiro? Esta síndrome de Phoenix que acomete a todos nós. Ressurgirmos todos das cinzas, dos congestionamentos, das enchentes, dos barracões queimados, das tragédias, dos juros altos, da corrupção, do salário mínimo de R$ 545,00, da briga com o namorado, da unha encravada da sogra, da Dilma, seja lá do que for, e simplesmente damos uma jeitinho de sumir por 4 dias e aproveitar o carnaval, cada qual a seu modo!
E olha que não vale ficar na sua cidade, hein? Não pode! Se você não viajar para pular o carnaval, mesmo que não queira acaba fantasiado de extraterrestre! Sabia não? De anteninha na cabeça e tudo! Pelo menos aqui em São Paulo é assim: “não vai viajaaaaaar?” e fazem aquela cara de quem viu o E.T. de Varginha recebendo a entidade Michael Jackson no terreiro do Padre Quevedo!
Tem que viajar! Imagina! Nem que seja para ir para uma daquelas praias proibidas pela CETESB, onde a fila para comprar o pão dá quinze voltas no quarteirão (e quando você chega lá não tem pão e você descobre que o sonho acabou... também) e falta água porque a cidade não está preparada para receber os embolorados todos de uma só vez. Banheiro de casa de praia sem água é tudo de bom e são só 4 dias! O trânsito fica igual ou pior que o de São Paulo. Um trajeto que normalmente seria feito em uma hora e meia se transforma em um martírio de no mínimo quatro horas. E aí tem aqueles espertos que insistem que não precisam de protetor solar. No segundo dia de praia você olha e só vê camarão de um lado pro outro. Problema nenhum, porque afinal na quarta-feira de cinzas vai ter marquinha para mostrar no escritório. Ou ferida mesmo. E não pode esquecer o repelente. Afinal pernilongo e mutuca também vão à praia!
E enquanto isso, na Sala de Justiça: viva o Museu da Língua Portuguesa, viva todas as salas do Kinoplex, viva o parque do Ibirapuera livre de crianças e poodles (sem ofensas... aos poodles), viva a Marginal do Rio Pinheiros a 90 km/hora, viva o MASP, viva a Cidade Universitária, viva o Parque Villa Lobos, viva o teatro Municipal, viva a Avenida Paulista, viva o Santo Grão, viva a Pinacoteca do Estado de SP, viva o teatro Cultura Artística, viva a cultura, viva minha São Paulo, viva!

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