domingo, 23 de outubro de 2011

Cagada de pombo, de arara....



Eu cresci ouvindo minha mãe (mineiríssima) usar esta expressão vez ou outra quando algo saía errado para ela ou para alguém próximo a ela. Tipo: “sou cagada de arara mesmo”, ou “nossa, mas você está cagada de arara, hein”!

Eu sempre entendi que ela falava (ou melhor, fala) sobre a falta de sorte ou má sorte, como queiram, mas nunca de fato vi nada de tão ruim em uma arara inofensiva lançar suas fezes sobre a cabeça de alguém. Lava a juba e pronto! Não é motivo para achar que se trata de má sorte, muito menos relacionar algo aparentemente tão bobo com um infortúnio verdadeiro.

Claro, isso até o dia em que estava na varanda de uma pousada em Ilhéus, jogando buraco com uma amiga da faculdade, já tarde da noite, quando no meio do carteado e do bate-papo uma lagartixa nojenta resolve utilizar sua mira a laser e lançar seu lixo intestinal sobre o ombro DA AMIGA, graças a Deus! Naquele momento, além de dar muita risada, percebi que eu havia tido um golpe de sorte! Fora o ombro dela o escolhido para receber o jato nojento e não o meu! Isso é que é sorte!

Mas, uma semana como essa que acabou me faz pensar que às vezes as araras, os pombos, as lagartixas tiram mesmo um tempo para me sabotar geral! Comecei a semana levando tinta do portão do salão de cabeleireiro no meu veículo. Chovia pacas e eu tentava dar ré e falar ao telefone ao mesmo tempo. Para logo em seguida chegar em casa e descobrir que a assistente da dita cuja deixou mais tinta no meu cabelo do que no estoque inteiro do estabelecimento. Ok, vamos respirar fundo. A semana continua e eu comprovo, mais uma vez, que tenho o dedo podre para homem. Não satisfeita, a dona arara dá um jeito de a Receita Federal melar outra vez meu pedido de licença de importação. E assim transcorreu a semana. “Cagada” em cima de cagada!

Mas aí eu passo um fim de semana tranqüilo, junto à família, com aqueles que realmente me amam incondicionalmente, preparo uma pasta que é um sucesso, paparico a sobrinha fofinha, o pai, a mãe, tomo uma cervejinha com os irmãos, e percebo que uma “cagada” do que quer que seja não me impede de dar valor aos bons momentos da vida! E eles são muitos e certamente muito mais do que qualquer pombo pode “sujar”!

3 comentários:

  1. Se colocarmos um pontinho preto feito à lápis numa folha sulfite branca, e perguntarmos aos adultos o que veem, vão responder "um ponto preto". Mas, ao fazer a mesma pergunta para meus pequenos alunos nas aulas de arte, todos respondem que veem "uma folha branca cheia de espaço para desenhar!". Aprendamos com elas!!!!
    Bjoo

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  2. Texto Maraaa e comentário perfeito ! Parabéns pela pág. adorooo sucesso e inspiração a vc's .

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  3. Olá Adélia.
    Quem mais ganha com essa parceria são nossos leitores que tem conteúdo de qualidade(item raro hoje em dia).
    Seu espaço é garantido no blog Teia.
    Até mais

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